Os apeadeiros são de partir não de ficar

Cumplicidades amores ao toque toques de pele na pele a fundir paixões. Estrada mais estrada e luzes a rasgar a noite impassíveis à nossa passagem e o frio a gelar os ossos de coração a escaldar de febre descontrolada a controlar rumos de navios abandonados à deriva cá dentro. Ternuras a saltar pelas têmporas a serem contidas retidas distantes à força sem sucesso tão perto demasiadamente perto explodem em palavras abafadas ao som inesperado de Mão Morta – Novelos da Paixão a suster suster-nos a descambar derreter para ficar ficarmos pararmos o tempo ali parar eternidades. Tenho que ir. Olhas-me. Dá-me um abraço. Tenho de ir. O tempo parou parou parou suspiros morreram morreram ali em nós sem respirar na força na intensidade na alegria no fulgor do momento que não estávamos a acreditar não acredito não pode ser isto não está a acontecer. Se pudesse ter-te-ia dissolvido no meu corpo ficar contigo ou tu comigo assim um só a serem dois. Não é justo ir embora partir para não voltar virar as costas para não chorar perder as peças de nós nos passos da noite daquela noite um último olhar virar as costas sair conter conter parar. Respira segue não olhes para trás adeus A adeus seguir M voar a não sentir O chão fechar a porta subir escadas fechar T a porta ainda aí estás vontade de voltar abrir a porta descer a correr as escadas abrir a porta correr para ti voltar aos teus braços esquecer o mundo E aos teus abraços esquecer que existimos um sem o outro guardar guardar-te fechar a porta.
Fui-me deitar.
Não sei se dormi se sonhei se acordei se fechei sequer os olhos ao som da tua voz. Ficámos abraçados assim aquecidos suspensos nas horas que pararam no tempo que não existe. Existe.
Acordámos?