mutações musicais



.há artistas que nos mudam. ou mudamos nós os artistas. a forma como se ouve. quem. quem ouve. por quem. por quem ouvimos. palavras não ditas antes de serem ditas e invernos abaixo de zero irrelevantes quando o coração arde. foi assim finais de 2010. há artistas que nos mudam mas não mudam. fazem-nos acreditar re-acreditar no amor. sim era amor. aquele que na ausência de um corpo existe sem corpo a existir dentro de nós. nos gestos. tatuado na pele o cheiro e a voz o tom. da voz. do David digo. e ele ria. intermináveis conversas de corações que ardem. há artistas que mudam. mudam em nós. primeiro encantamento a ser descrença desmistificado. depois paixão. transbordante. e por fim amor. mas sem a serenidade dos amores dos clássicos esquecidos em prateleiras a enfeitar estantes de culturas que não se dizem. dizem mas não se vivem. enfeitam. e ali ficam. mas há artistas que marcam. pessoas. momentos que se vivem. e há aqueles que marcam vidas. passam a fazer parte de nós (depois das náuseas dos desencontros). e há ainda os que nos mudam. mudam a forma de olharmos o belo. e a vida. bela.