.do amor.





a primavera que chega antecipadamente. e as praias salpicadas por veraneantes que se refastelam ao sol. dias antes percorria metros de casacos e cachecóis. lado a lado sorria. mos. sempre sabemos quando o semáforo avaria no vermelho. mas seguimos. em contramão. até ficarmos sem gasolina. ou vontade de guiar. ser pendura. caminhamos. e as ondas do mar chocam entre elas. em remodoinhos incessantes. observo. e de surpresa sou apanhada pelas ondas. onde é que me esqueci do mar? que segue o rumo e abre caminho por entre obstáculos apaga pegadas e volta a si. dono de si. livre. a analogia da liberdade. lugar comum este. mas tão certo que é preciso relembrar. que todos os dias são dias de quadros brancos por escrever. e a leveza dos cães que brincam nas ondas. jogam à apanhada e nada mais lhes falta. apenas isso. corre. aproxima. foge. para voltar. e não sei se já disse. mas não sei onde me esqueci. das ondas do mar. que invadiram um espaço que julgava meu. sem invadir. sentei-me a secar os jeans encharcados até ao joelho. e adormeci. livre. outra vez.